Descrição enviada pela equipe de projeto. A primeira coisa que nos chamou à atenção quando visitamos o local foi a idéia de fragmentação. Almuradiel é uma pequena cidade a 250 km ao sul de Madrid. Foi fundada no século XVIII por Carlos III, rei da Espanha. Seguindo uma grade romana, foi planejada para colonizar Serra Morena, uma cadeia de montanhas que divide Andalucia de La Mancha. Ainda é bastante um ambiente rural, com 1,050 habitantes, com casas brancas auto construídas escondidas atrás de muros altos, onde cães e tratores dividem entradas com os habitantes.
A agregação contínua de novas construções faz com que o todo resulte em um grupo peculiar, mas também harmonioso. Então nós começamos a trabalhar com estes materiais; fragmentação, a relação entre as partes e o todo, branco, luz, e, claro, "habitat", neste caso, um tipo rural de casa.
Nós incorporamos critérios
de sustentabilidade desde o início de uma forma muito tradicional, aprendendo
com o existente, e considerando a forma como uma tática de controle do clima.
O tipo de habitação é configurado em torno de três "pátios" inseridos em uma grade regular de 4,6 por 4,6 m. Esta estratégia tem a ver com a possibilidade de orientar cada célula para o norte ou sul da grade, não importa de que lado da rua estamos. Para torná-lo mais claro, digamos que são salas de estar sempre voltadas para o sul, tanto em casas com entradas norte ou sul. Nós pensamos na grade como um esquema "reversível" que funcionou corretamente para o programa habitacional, necessitando em termos de iluminação e ventilação.
Propomos um sistema flexível, onde a grade nos dá a oportunidade de trabalhar tanto com a repetição como com a variação. Os tipos de casas são semelhantes, mas não iguais, dependendo da posição dentro do complexo.
As casas tem apenas 90m2 (superfície interna), mas o volume total de cada habitação é de cerca de 600m3. Estes parâmetros podem dar uma ideia da porosidade da trama, bem como a possibilidade de espaços abertos privados (pátios), em continuidade com o interior.
Essa também é a estratégia
do projeto em termos de acessibilidade: "volume máximo" possível em
"custo mínimo". A abordagem consiste em falar de euros/m3 em vez de
euros/m2. Se aumentar o volume da construção através da inserção de três pátios
e subir o padrão em 1m de altura, o resultado é um espaço de vida duas vezes
maior que a caixa "regular". A equação final: mesmo orçamento, mesma
superfície, mais do que o dobro do volume.